terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Patricia Phelps Cisneiros, dona da mais importante coleção de arte latino-americana mostra acervo em SP e conversa com a Fabio Cypriano da Folha

Patricia Phelps Cisneros conversa com Fabio Cypriano da Folha sobre arte e o surgimento da sua coleção. Considerada a mais importante coleção de Arte Latino-americana, parte dela fica em exibição até 30 de janeiro na Pinacoteca de São Paulo. Conta com cerca de 70 peças entre pinturas, esculturas, objetos e desenhos, mostra o processo de passagem, desenvolvido pelo trabalho dos artistas, do plano pictórico para o espaço, na história da arte da Venezuela e do Brasil, entre 1947 e 1987. Apresenta uma oportunidade rara para o público brasileiro de ver obras fundamentais desse período ao mesmo tempo em que oferece a possibilidade de leituras comparativas e complementares.



FABIO CYPRIANO
DE SÃO PAULO - Folha online - Ilustrada
A colecionadora venezuelana Patricia Phelps Cisneros diz que possui 5.860.000 obras de arte, mas quando lembra que a afirmação estava sendo gravada, aproxima o aparelho da boca e diz "é brincadeira". Os números de seu acervo, no entanto, considerado o melhor de arte latino-americana, não são divulgados. Em parte, números podem não ser importante, pois o que ela salienta na entrevista a seguir é a responsabilidade do colecionismo.

Figura influente em museus como o MoMA, de Nova York, e a Tate, de Londres, Cisneros apresenta agora 80 trabalhos de sua coleção na mostra "Desenhar no Espaço", em cartaz até 30 de janeiro na Pinacoteca. Quando esteve em São Paulo para a abertura da exposição, no fim de novembro, ela falou à Folha, contando a história de sua coleção e suas maiores paixões, que são, por ordem de importância: sua família, deus, flamenco, comida e o Grande Núcleo, de Hélio Oiticica. Além de ótima colecionadora, como se percebe, Cisneros tem ótimo humor. Leia a seguir a íntegra da entrevista.
Folha - O que a levou a colecionar arte? Como sua coleção teve início?
Patricia Cisneros - Não começou como uma coleção, mas como uma senhora recém-casada que queria arrumar sua residência com certa estética. E essa estética tem sido coerente com minha coleção porque, e isso revela minha idade, eu cresci na Venezuela nos anos 1950 que, junto com o Brasil, teve uma modernismo extraordinário, havia obras públicas de [Jesús Rafael] Soto em várias partes. Para onde se olhava, havia modernismo, o modernismo estava em nosso sangue.
Então começamos a colecionar Gego, Salazar, sempre com obras abstratas. Depois, meu marido começou a viajar pela América Latina, eu o acompanhava, e a coleção deixou de ser local. Ele foi meu grande mentor, me ensinou a ter uma visão mais universal e, certamente, mais latinoamericanista da arte. Assim, o que me levou a ser colecionista foi gostar de ter coisas belas ao meu redor.

Mas agora, inclusive, tenho uma missão sobre a responsabilidade do colecionismo. Isso porque uma coisa é comprar uma obra e pronto. Outra é cuidar dela, assegurar que ela tenha condições de preservação corretas. As grande corporações, que possuem coleções, em geral não gostam de mim, porque eu digo "e o ar-condicionado, vocês o apagam nos fins de semana?" Essa mudança faz a obra sofrer. E se o escritório do presidente é ensolarado, e o sol chega a um quadro maravilhoso, ele o danifica. Essas corporações sequer têm curadores. Então, quando alguém se chama colecionador, o que mais ele faz além de comprar.

Eu já fui assim, comprava e achava tudo bonito, mas não sabia nada, eu tinha 20 anos. Até que um dia, me ligaram de uma revista europeia para saber sobre minha coleção e, palavra de honra, até então não tinha me dado conta que eu tinha uma coleção.

Quando foi isso?
Ah, faz tempo, em meados dos anos 80. Eu até catalogava as obras, mas não tinha consciência de ter uma coleção. Depois dessa ligação, ao prazer de colecionar se juntou a responsabilidade. Desde esse momento temos tido, sobretudo, o respeito ao artista, disso se trata. Então, temos conservadores, curadores, restauradores, tudo que se necessita para que uma obra esteja bem conservada. E educadores, que é a missão fundamental da Fundação.

A Fundação foi criada há exatos 40 anos?
Sim, começamos naquele momento e sempre tivemos uma dupla missão, dentro da América do Sul, onde sempre se focou nos aspectos educativos dos programas que temos, porque temos muitos. A coleção é uma pequena parte divertida. Mais que divertida, porque sempre pensamos na educação como a única forma, eu creio, de superar a pobreza. E a liberdade, não de expressão, que também é importante, mas eu gosto de enfatizar a liberdade de pensamento. E não quero generalizar, mas há muitas escolas na América Latina que não tem liberdade de pensamento e os professores precisam respeitar a opinião dos alunos frente a uma obra de arte. Usando a arte como meio de expressão e de respeito à ideia dos demais se pode fazer muito e nosso grão de areia é ajudar nesse sentido.

Em quantos países a Fundação trabalha?
Desde o México até o Polo Sul, numa base militar da Argentina, onde temos um treinamento de professores. Cremos também na preservação de nosso acervo histórico, o que muitos governos não fazem. Assim, temos também uma coleção de arte da Amazônia venezuelana, há 30 anos colecionamos obras etnográficas e há dez essa coleção circula pela Europa. Os europeus respeitam muito a filosofia e a religião do índio, não as olham com superioridade. Já mostramos 60 obras de nossa coleção em um museu na Lapônia, na Finlândia, e com o trabalho educativa na Argentina, nossa ação é de polo a polo. A coleção indígena já foi vista por sete milhões de pessoas!

E porque, com tantas obras, a Fundação Cisneros não tem um espaço expositivo?
Quantos habitantes da Lapônia iriam à Venezuela ver a coleção? Certamente poucos. Então nós vamos a eles. Nunca...hum, acho que não posso dizer nunca. Às vezes entramos em alguns espaços, como esse do Instituto de Arte Contemporânea, onde há a exposição de Mira Schendel, que sim, me dá vontade. Creio que em algum momento vamos acabar tendo algum lugar, mas por enquanto gosto de trabalhar com as universidades e elas têm muitos museus. E como muitos museus na América Latina não têm muitas obras, nós as emprestamos com muito gosto. Mesmo se um museu não tem muitas condições técnicas, que dariam um ataque de coração em nosso conservador, nós emprestamos peças que não necessitam de cuidados especiais.

Mas nossa missão é educativa e, quando começamos a coleção, a arte de nosso continente não era do interesse de muitos museus, mas agora isso começa a mudar. E nós temos a reputação de sermos sérios, organizados, temos mesmo o staff de um museu, com 20 pessoas, o que é o que tem qualquer museu mediano, fora os serviços terceirizados de advocacia, contabilidade...

Agora, também tem uma questão de vaidade...

Ah, a senhora não quer um Museu Patricia Cisneros?
Isso mesmo, não quero. O mais importante é poder fazer circular 300 obras, em um só ano, por muitos museus.

A senhora falou que museus têm tido mais interesse em arte latino-americana e sua presença, tanto no Conselho do MoMA como no da Tate ajudou muito nessa percepção.

Agradeço sua deferência, mas não sou eu. No MoMA, a figura central é o Glenn Lowry. Desde o dia em que ele entrou, em 1995, deixou muito claro que ele queria romper a visão norte-americana e europeia que predominava no museu e expandir em novas direções. Então, ele deu um apoio incondicional à arte latino-americana. Ele veio ao Brasil muitas vezes, mais de oito creio.

E na Tate, Nicholas Serota também tem esse papel, certo?
Sim, Nic, também. Então, depende muito do diretor. Para mim é um grande prazer trabalhar com Lowry. E Paulo Herkenhoff, que foi meu grande mentor em arte, porque ele sabia minha estética e ele me ensinou o que se passou no Brasil, nos anos 1950 e 60. Ele foi o primeiro curador de América Latina no MoMA e abriu o caminho. E o MoMA foi o primeiro museu a ter um curador para arte latino-americana e foi o primeiro museu no exterior a ter um Willys de Castro, o que me dá muito prazer! Depois veio Luis Perez-Oramas, que colabora muito, conhece bem o Brasil e trabalhou conosco por uns dez anos.

E qual a presença na arte brasileira em sua coleção?

Há dois anos, Gabriel [Perez-Barreiro] começou a trabalhar conosco. Ele fala português, fez a 6ª Bienal do Mercosul [2007, em Porto Alegre] e agora estamos olhando mais para a arte contemporânea. Estou aprendendo muito com o Gabriel. Eu ainda adoro vir ao Brasil, as pessoas são muito amáveis. Ontem, jantei com amigos e o Gilberto Chateaubriand veio do Rio só para nos encontrar e eu o conheço desde 1980.

O Chateaubriand sempre se lembra que a primeira obra da coleção dele, que foi um Pancetti. Qual foi a sua?
A primeira foi de um espanhol que se chamava Manuel Rivera [1928 1995], e é feita de uma tela metálica, muita abstrata, muito geométrica, e nela já se vê minha estética. Mas o primeiro trabalho que comprei mesmo foi com 13 anos, quando ganhei um dinheiro, e era um livro sobre arte etrusca, que esse foi meu primeiro contato com arte, pois em 1953 havia muito poucos livros de arte na Venezuela.

Chateaubriand também tem um modo particular de aquisição. Ele prefere comprar nos ateliês dos artistas, por exemplo. Qual é o seu?
Para mim, um dos grandes prazeres do mundo é estar no sofá velho que o Waltércio Caldas tem no estúdio dele e ficar conversando com ele. Quando viajo com meu marido pela América do Sul, sempre busco saber quais artistas posso visitar. Senão, ler e ver. Gabriel também é fundamental, se não posso ver as obras, ele mostra slides, eu confiava também em Paulo e com eles discutir se tal obra encaixa na coleção e se preço está bom (risos).
E você também compra em feiras de arte, que estão muito em moda, ou você vai a Basel, por exemplo?
Não vou, eu não gosto. Não quero criticar, há gente que gosta, mas não é meu caso.

E a senhora visita bienais?
Acabo de estar na Bienal de Pontevedra, na Espanha, que achei incrível e acho que fui a única colecionadora a estar lá. Mas isso depende muito, do meu marido, da minha família, quando eu posso, eu vou.

E as Bienais de São Paulo?
Já vi muitas, a do Paulo [Herkenhoff], claro. Mas sempre venho durante, como agora, não na abertura.

E essa, a senhora gostou?
Gostei muito de algumas peças. Aprendi muito, ela me pareceu muito interessante. Sempre é necessário ver e ver e ver, e se não gostar, é preciso continuar vendo. Mas também há muitas peças que não gostei. Mas adorei ver o bólide "Cara de Cavalo", do Gilberto [Chateaubriand] e eu disse a ele que ia roubá-lo (risos). Também gostei muito do colombiano Mateo López, ele é muito bom. Na Bienal é possível saber o que se passa no mundo.

Mas eu fiquei triste também porque havia uma obra com telas penduradas que me lembrou o "Grande Núcleo", do Oiticica, e eu chorei muito quando achei que essa, que é minha obra favorita no mundo inteiro, com seus planos amarelos, tinha se perdido. Ela é minha paixão. Para mim, há minha família, deus, flamenco, comida e depois o Grande Núcleo (risos)

Voltando à sua presença nos museus internacionais, os diretores podem ser importantes, mas a senhora compra muita obra para eles...

Sim, mas é o apoio deles que tem me dado força, assim como o de meu marido. Eu tenho orgulho de muitas coisas. Como membro do comitê diretor do MoMA, onde cheguei muito jovem, percebi que os curadores do museu eram muito preparados e inteligentes, mas não sabiam nada da América do Sul, porque as escolas norte-americanas não ensinam. O curador de arquitetura, por exemplo, só conhecia Niemeyer e mais nada. Agora em 2015 vão organizar uma mostra de dois pisos só sobre arquitetura contemporânea latino-americana, ou seja, foi uma longa estrada.
Longa porque lá atrás eu decidi criar um fundo de viagem para curadores e, todo ano, cada departamento podia mandar um membro para conhecer algum país da América do Sul e insisti, em contrato, que eles não eram obrigados a mostrar nada do que tinham visto, só tinham que conhecer. O que passou? A primeira a se beneficiar da bolsa foi Paola Antonelli e ela veio ao Brasil, onde conheceu dois rapazes que faziam móveis e se chamam Campanas. Na volta, em 1998, ela organizou uma pequena mostra deles, no Project Series, nós compramos uma peça e o resto é história. Isso me deixa muito feliz.

Outra coisa que acabamos de criar no MoMA é um bibliotecário especialista em América Latina.


E isso é pago pela Fundação Cisneros?
Sim, isso é uma doação para um fim específico. Mas eu também queria falar de um assunto que é pouco abordado que é o direito de autor. Quando fizemos nosso primeiro site, o que já faz muito tempo, acho que em 2000, não me lembro bem, mas lembro não tínhamos o presidente que temos [Chávez].

Enfim, contatamos os artistas para conseguir suas permissões e, mesmo aqui no Brasil, muitos não sabiam que havia algo chamado direito de autor e nós aconselhamos a muito, inclusive dando apoio legal, a saberem como fazer isso. E também fiquei muito feliz em poder dizer isso aos artistas.

E isso mostra que o fundamental é o respeito aos artistas. Ontem, eu comentava que tenho uma casa na Republica Dominicana, onde há furacões, sabe. Ela tem um belo jardim e muitas paredes e não existe nada nessas paredes. Alguns amigos aconselham colocar obras de artistas jovens, mas para mim não interessa se uma obra vale U$ 50 ou U$ 500 mil, é uma obra de um artista, saiu de sua alma. Por isso, sou brava com os colecionadores.

A Fundação é muito discreta em relação a quantas obras possui, tentei descobrir por vários meios e não consegui...

Temos 5.860.000 obras. Ai, está gravando. É brincadeira!! (risos).

A senhora gostaria de dizer mais alguma coisa?
(silêncio) Sim. Nós consideramos que estamos cuidando das obras, quase todas passaram pela nossa casa, mas o que digo é que estamos cuidando delas porque elas pertencem ao mundo.



A colecionadora venezuelana Patricia Phelps Cisneros, que mostra parte de seu acervo em exposição em SP
(Letícia Moreira/Folhapress )

sábado, 23 de outubro de 2010

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

SP-Arte/Foto de 9 a 12 de setembro

“Abismo”, “O Bico” e “Dust Storm”


Maior feira de fotografia do país, a SP-Arte/Foto chega a sua quarta edição e reúne, de 9 a 12 de setembro, no Shopping Iguatemi, o melhor da fotografia moderna e contemporânea do Brasil e do mundo. Cerca de 170 artistas serão representados na feira somando mais de 500 obras. Entre eles, Miguel Rio Branco, Mario Cravo Neto, Caio Reisewitz, Rochelle Costi, Albano Afonso, Márcia Xavier, J.R.Duran, Claudia Jaguaribe, Thomas Farkas, Cristiano Mascaro, Neil Hammon, Daniel Senise, Brigida Baltar, Cao Guimaraes, Luiz Braga, Cássio Vasconcellos, entre outros.

“A SP-Arte/Foto reflete a importância da fotografia dentro do mercado de arte a partir dos anos 80. Este movimento é resultado não só do aumento pelo interesse na fotografia, mas também do esforço e trabalho que profissionais ligados ao meio estão empreendendo para promovê-la”, afirma Fernanda Feitosa, diretora da SP-Arte/Foto. O resultado pode ser sentido no numero de visitantes que estiveram no evento o ano passado: aproximadamente 7 mil, o dobro do número da primeira edição em 2007.

A feira inova este ano e promoverá, gratuitamente, um Ciclo de Palestras sob a coordenação da pesquisadora e fotógrafa, Denise Gadelha, com duração de 3 dias. Este curso traçará um panorama da fotografia contemporânea nacional e internacional, e da história da fotografia, suas vertentes e ícones. Haverá ainda, no stand da Cosac Naify, o lançamento dos livros Apreensões, de Bob Wolfenson, e As fotografias, de Boris Kossoy.

Veja a lista das galerias participantes:
Arte 57 (SP)
Baró Galeria (SP)
Casa Triângulo (SP)
FASS (SP)
Galeria de Babel (SP)
Galeria Oscar Cruz (SP)
Instituto Moreira Salles (SP)
Leme (SP)
Luciana Brito (SP)
Millan (SP)
Nara Roesler (SP)
Zipper (SP)
Galeria da Gávea (RJ)
H.A.P. Galeria (RJ)
Pequena Galeria 18 (RJ)
Bonni Benrubi (NY)
1500 Gallery (NY)
Motor (online)

SP-Arte/Foto 2010
Espaço Iguatemi
Av. Brig. Faria Lima, 2232 – 9º andar (acesso pelos elevadores do hall central)
Abertura: 08 de setembro, das 16h às 22h (preview para convidados)
Visitação do público: 09 e 10 de setembro, das 16h às 22h, 11 e 12 de setembro, das 14h às 22h

Lançamentos de livros:
- Sexta-feira, 10, às 19h: Apreensões, de Bob Wolfenson
- Sábado, 11, às 19h: As fotografias, de Boris Kossoy
Entrada Gratuita

A OBRA DE ARTE - o filme

A OBRA DE ARTE ‎"Dia 23 de setembro, em consonância com a realização da 29ª Bienal de São Paulo, a Cinemateca Brasileira, no projeto Primeira Exibição, exibe o documentário A Obra de Arte, de Marcos Ribeiro, que aborda o processo criativo de 7 dos principais artistas plásticos do país – Eduardo Sued, Carlos Vergara, Beatriz Milhazes,... Cildo Meireles, Waltércio Caldas, Tunga e Ernesto Neto.

Em visitas aos ateliês dos artistas, onde colheu depoimentos, imagens e perfomaces, o diretor revela sua descoberta do mundo das artes plásticas e como este mundo pode ser entendido e apreciado por todos. E os artistas, ao falarem de suas idéias, mostram os procedimentos e métodos envolvidos na produção de suas obras. O filme foi selecionado para competição na 33ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em outubro de 2009"

http://www.cinemateca.com.br/

sábado, 28 de agosto de 2010

Artistas criam a “Intervenção Máxima” em fábrica abandonada


No próximo domingo (29) a cidade de Santo André, no ABCD paulista, vai ganhar um pouco mais de cor em uma das suas áreas mais degradadas. Aproximadamente 200 artistas irão realizar a já proclamada “Intervenção Máxima”, um evento que tem como propósito alertar a população para a questão do abandono da cidade. O lugar escolhido foi uma antiga fábrica, na Avenida Industrial (próximo a estação de trem Prefeito Saladino), entregue ao descaso e ao mau aproveitamento há mais de 20 anos.


O local foi “desbravado” inicialmente pelo artista plástico Moisés Patrício, que ja vinha utilizando o espaço como um lugar de estudo e desenvolvimento de seus trabalhos há cerca de um ano. Solitário, Moisés encontrou lá um palco para uma futura intervenção artística, algo que se consolidou pouco tempo depois com a ajuda de outros colaboradores. Eles chegaram ao consenso de que o espaço poderia ser muito mais que apenas mais um lugar para pintar, e sim um manifesto contra o esquecimento. Dentre eles estão nomes conhecidos das artes visuais como Ozi e Celso Githay.

A fábrica escolhida, mais conhecida visivelmente por suas peculiares torres, atraiu de imediato a atenção de outros simpatizantes a partir do primeiro registro divulgado na internet, esse, por sua vez, o principal meio de comunicação do grupo atualmente.

Algumas incursões no local já foram feitas e contabiliza-se hoje que cerca de 80 artistas já passaram pela fábrica, como graffiteiros, pintores, fotógrafos, escultores, cinegrafistas, simpatizantes etc.

“O mais legal é ver que esse lugar virou uma galeria para a população, um alerta sobre o melhor aproveitamento dos espaços públicos, todos criando e gerando arte, livres de qualquer preconceito ou barreiras artísticas. É um movimento a favor da criação, uma celebração da arte”, afirma o “embaixador” do movimento, Moisés.

Aliás, é esse o principal objetivo da intervenção, aproximar o artista da cidade e a cidade da arte. Em um momento onde o cinza está dando lugar à cor, mas não a cor da arte e sim às agressivas cores das campanhas eleitorais, uma reflexão sobre o momento que passamos é mais que necessária.
E a procura de outros lugares não para em Santo André...

Para informações
Moisés Patrício - Telefone: (11) 6971 3328
Vanessa Joda - Telefone: (13) 8145 8635
Luís Antonio Borges - Telefone: (11) 8354 3773
Local: Avenida Industrial S/Nº, ao lado da estação de trem Prefeito Saladino e Moinho São Jorge, Santo André, SP.
Dia: 29 de Agosto - Horário: 9h

domingo, 15 de agosto de 2010

Frank Thiel na Galeria Leme

Conhecido por registrar as transformações sofridas pela cidade de Berlim depois da queda do muro, o artista alemão realiza a primeira individual no Brasil. As seis fotografias e uma instalação da mostra dialogam com a arquitetura da Galeria Leme, cujo projeto é assinado por Paulo Mendes da Rocha. Preços não fornecidos. A partir do dia 12/08 e vai até 11/09/2010.


Galeria Leme
Rua Agostinho Cantu, 88
Tel.:(11) 3814-8184
(Sex, Sáb, Seg, Ter, Qua e Qui) segunda a sexta, 10h às 19h; sábado, 10h às 17h.
Até 11/09.

Feira de Arte da Vila Madalena

Cerca de 480 expositores colocam à venda objetos de decoração, roupas, artesanato e bijuterias na 33ª edição do evento. Há shows ao longo do dia, em quatro palcos, e um espaço no qual jovens estilistas podem mostrar seu trabalho, chamado de Rua da Moda, além de espaços para esportes e crianças. Barraquinhas de petiscos ocupam uma praça de alimentação. Acontece no dia 15/08/2010.Informações: 3813-2954.


Locais e horários
Rua Fradique Coutinho
Endereço: Rua Fradique Coutinho, s/n
(15/08) domingo, 09h às 18h. Grátis.

Rua Wisard
Endereço: Rua Wisard, s/n
(15/08) domingo, 09h às 18h. Grátis.

sábado, 14 de agosto de 2010

Curso online sobre a vida e obras de Picasso

O curso foi organizado por Eliana Angélica Peres D'Alessandro que é Mestre em Artes pela UNESP, curadora e artista plástica.
Basta clicar no link abaixo e ver o regulamento de como realizar o curso que é organizado pela Buzzero, com direito a um certificado.
https://www.buzzero.com/elianaangelica/curso-online-Picasso.html

A imagem abaixo é uma pintura realizaada por Pablo Picasso aos 5 anos de idade

 Link: https://www.buzzero.com/elianaangelica/curso-online-Picasso.html


Destroy and Create

Mostra faz um paralelo entre o espaço urbano e os skatistas
Reunindo criações de artistas visuais, fotógrafos, videomakers, skatistas e arquitetos, a exposição Destroy and Create, que também conta com obras exibidas em vias públicas, ocupa a Matilha Cultural entre 6 de agosto e 3 de setembro.
A mostra, que é realizada pela Vista Skateboard Art e tem curadoria de Lucas Pexão, trata da relação entre skatistas e a arquitetura das metrópoles. Como o próprio nome sugere, um dos objetivos é indicar os danos inerente à prática da modalidade.
O resultado do contato entre os skates e a cidade é trazido à cena por shapes, tênis, fotos e vídeos. O acervo, que inclui até mesmo objetos que promovem a interação dos visitantes - exemplo da escultura Vênus -, registra artisticamente tal processo de destruição.


Foto: Divulgação




I Salão Semear De Arte Contemporânea – Região Nordeste - Inscrições e informações para o artista

O I SALÃO SEMEAR DE ARTE CONTEMPORÂNEA – REGIÃO NORDESTE, realizado com recursos da FUNARTE, Edital de Apoio a Festivais de Fotografias, Performances e Salões Regionais, na categoria Artes Visuais /2010,é um projeto da Sociedade SEMEAR: Sociedade de Estudos Múltiplos, Ecológica e
de Artes e tem como principal objetivo incentivar a produção dos artistas contemporâneos nascidos ou radicados na Região Nordeste, visando a formação de público, a divulgação da arte contemporânea nas categorias desenho, pintura, gravura, fotografia, escultura, videoarte, arte digital e objeto e o incentivo aos artistas da região.
Inscrições até 20 de setembro de 2010. Período: 6 de novembro a 20 de dezembro de 2010.

I Salão Semear de Arte Contemporânea - Região Nordeste.
Sociedade SEMEAR
Rua Vila Cristina 148, Aracaju - SE
Informações: culturaeartes@sociedadesemear.org.br
http://www.sociedadesemear.org.br/
http://www.galeriajenneraugusto.com/

Museu de Arte Islâmica do Cairo reabre as portas

Fachada do Museu de Arte Islâmica do Cairo


Reduzir Normal Aumentar Imprimir O Museu de Arte Islâmica do Cairo, o maior do mundo, reabriu as portas neste sábado, após oito anos de trabalhos de restauração.
O edifício reformado foi reinaugurado pelo presidente egípcio, Hosni Mubarak, ao lado de vários ministros, entre eles o da Cultura, Faruk Hosni, e o diretor de antiguidades egípcias, Zahi Hawas.
Mas o público terá que esperar até setembro para entrar no museu.
Quase 2.500 peças de grande valor artístico ou histórico, selecionadas de um fundo de 100.000 objetos, estão expostas em 25 salas.

O museu, que fica no centro do Cairo em um edifício de 1903, foi criado inicialmente para proteger o rico patrimônio egípcio dos ladrões de antiguidades.
A restauração, iniciada en 2003, pretende destacar a cultura e a história islâmica egípcia, menos cobiçadas que as antiguidades faraônicas por parte dos milhões de turistas que visitam o país a cada ano.

Entre as peças mais importantes está uma chave de ouro com incrustações da Kaaba, edifício central da grande mesquita de Meca, ou o mais antigo dinar islâmico conhecido, do ano 697.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Londres prepara grande exposição de Da Vinci

LONDRES (Reuters Life!) - A Galeria Nacional de Londres prepara para novembro de 2011 uma espetacular exposição reunindo pelo menos um terço das obras conhecidas de Leonardo da Vinci.

Ao contrário de exposições anteriores voltadas para esse artista, "Leonardo da Vinci: pintor na corte de Milão" abordará apenas a técnica dele como pintor, e não como inventor, cientista e desenhista técnico.

Há 15 pinturas conhecidas de Da Vinci. Durante alguns anos, a partir do final da década de 1480, ele trabalhou na corte do duque milanês Lodovico Sforza. Desse período, estarão na exposição "La Belle Ferroniere", retrato pertencente ao Louvre; "Madonna Litta", do Hermitage (São Petersburgo); e "São Jerônimo", da Pinacoteca Vaticana, em Roma.

Uma cópia em tamanho natural da "Última Ceia", feita logo depois da tela original, também será emprestada pela Real Academia para a exposição, que mostrará também desenhos preparatórios feitos por Da Vinci.

A recente restauração de "A Virgem das Rochas" na Galeria Nacional inspirou essa exposição. Os organizadores esperam que a grande afluência de público compense o custo do seguro das obras.

A exposição vai de 9 de novembro de 2011 a 5 de fevereiro de 2012.
Foto: Reuters: 'Virgem das Rochas' por Leonardo da Vinci (1491-1508), na Galeria Nacional de Londres. A Galeria...

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Arte de Gonçalo Pavanello ganha
duas exposições no mês de julho

Guardando Mondrian, obra em exposição no Metrô Santa Cecília - SP

Desevolução, obra criada em 2010 e Bike Vento na Casa do Olhar - ABC





Casa do Olhar no ABC e Metrô Santa Cecília expõem suas digigravuras
Os amantes da arte têm mais duas oportunidades para conhecer as obras do designer gráfico e artista plástico Gonçalo Pavanello. A exposição “Meu Olhar no seu olhar” estará em cartaz a partir de 1º de julho, em Santo André, no ABC. Já a exposição “Fragmentos Imaginários” será exibida, no mês de julho, no Espaço Cultural do Metrô Santa Cecília, São Paulo. A entrada é franca.

As exposições, juntas, apresentarão cerca de 60 digigravuras (técnica relativamente nova, usada para manipular imagens por meio de softwares gráficos e depois impressas em tela, papel de algodão e fotográfico. O trabalho é resultado de observações do cotidiano e resgates da infância.

Para Pavanello, as artes plásticas são prazerosas tanto para quem produz quanto para quem consome. “Permite no encontro do produtor com o consumidor a ampliação da capacidade de observar, sentir, analisar, selecionar, associar, criar e recriar. Estimulam a auto-expressão e a consciência crítica em relação à arte na sua produção contemporânea."
Seus quadros são marcados por cores vibrantes, repetição e expressam os tempos pós-modernos, dando-nos uma perspectiva de tempo, arte e cultura nacional. “A cultura brasileira é formada pela fusão de diversas culturas, complexas e distintas, num mosaico de cores representativas que fortalece as identidades pela capacidade de criar imagens e reinventar novas linguagens, ampliando a nossa maneira de ler e ver o mundo na pós-modernidade”, explica Pavanello.

Gonçalo Pavanello é publicitário, designer gráfico e artista plástico. Nasceu em São Joaquim da Barra, São Paulo. Formado em Comunicação Social e Publicidade e Propaganda pela Universidade Metodista de São Paulo.

Sua trajetória começa na infância, destacando-se nos trabalhos de escola, principalmente nos que exigiam habilidades artísticas. Em seguida, começa o trabalho em gráficas, desenhando para clichês, criando logotipos e fazendo projetos gráficos para jornais e revistas. O site www.goncalopavanello.com.br traz mais informações sobre a vida, a carreira profissional e as obras do artista plástico.

Exposição
“Meu olhar no seu olhar”
Abertura - 1º de julho, das 19h às 22h
Visitação – até 24 de julho, de terça a sábado, das 10h às 17h
Local: Casa do Olhar Luiz Sacilotto
Rua Campos Salles, 414, Centro, Santo André. Tel: 4992-7730

“Fragmentos Imaginários”Durante o mês de julho
Local: Espaço Cultural do Metrô Santa Cecília – São Paulo

Informações:
11 - 9966-8683 4368-4722
gpavanello@uol.com.br
http://www.goncalopavanello.blogspot.com/

Lobo e Estúdio Giclée lançam revestimentos customizados


Uma parceria entre o artista plástico Lobo e o Estúdio Giclée traz para o mercado revestimentos customizados de paredes , tetos, janelas, armários e biombos com forte acento pop, principal característica da obra do artista.
Tecnologia francesa que reproduz com fidelidade absoluta imagens e obras de Arte, utilizada em museus e igrejas da Europa, vai inovar com as reproduções das criações de Lobo. Usando a máxima tecnologia digital de impressão em 14 opções de texturas, nos trabalhos assinados pelo artista predominam imagens estilizadas de ícones pop e abstratos geométricos, deixando as composições ideais para casas, escritórios, comércios, estandes, entre outros.
Uma exclusividade do projeto, as peças podem ser personalizadas. "Normalmente, este tipo de projeto exclui o consumidor, o que é uma grande tolice. Se a peça estará na casa ou escritório de alguém, o ideal é que tenha a cara e estilo dessa pessoa", diz Lobo.

Lobo Pop Art
O paulistano conhecido como Lobo, iniciou sua carreira de artista plástico aos 15 anos, quando fazia colagens em capa de caderno e desenhos de camisetas. Trabalhou algum tempo em agências de propaganda onde aos poucos foi adquirindo experiência e atitude de artista. Sem qualquer pretensão, Lobo acabou por se tornar um respeitado artista. Desde então, Lobo dedica seu tempo somente à arte.
Fonte: Tudo em Pauta Comunicação Integrada